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segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Governo do Haiti anuncia abertura de 280 centros para distribuir ajuda humanitária

Cerca de 280 centros de emergência devem começar a funcionar nesta segunda-feira (18) para distribuir ajuda humanitária e receber desabrigados, segundo o governo do Haiti.

Diante de uma situação caótica e uma população revoltada e desesperada, o governo haitiano decretou estado de emergência neste domingo (17). O governo também anunciou luto nacional de 30 dias.

Cerca de 70.000 corpos foram enterrados em fossas comuns no Haiti depois do violento terremoto que devastou o país, anunciou neste domingo (17) o secretário de Estado para a Alfabetização, Carol Joseph.

O ministro anunciou que o governo decretou estado de emergência até o final de janeiro, assim como um luto nacional de 30 dias, até 17 de fevereiro.
Carol Joseph, afirmou neste domingo que cerca de 70.000 corpos tinham sido recolhidos e enterrados em fossas comuns.

O registro anterior, divulgado no sábado pelo primeiro-ministro haitiano Jean-Max Bellerive, indicava cerca de 25.000 corpos recolhidos.

OIM quer montar um campo de refugiados para 100.000
A Organização Internacional para as Migrações (OIM) quer criar um campo para abrigar 100.000 flagelados no Haiti, mas ainda não decidiu onde será instalado, informou a OIM em Genebra.

A OIM, que coordena a distribuição de ajuda não-alimentar no Haiti, tem por objetivo que o campo seja preparado em uma semana e, para isso, serão necessárias 20.000 barracas de campanha para abrigar os flagelados.

O objetivo é abrigar de emergência cerca de 200.000 famílias, ou seja, aproximadamente um milhão de pessoas.

França pede definição do papel dos EUA
A ONU deve definir o papel dos EUA no Haiti. OS EUA assumiram de fato a coordenação das tarefas de resgate e controlam o aeroporto de Porto Príncipe, afirmou o secretário de Estado de Cooperação francês, Alain Joyandet.

"A ONU está trabalhando. Espero que adote uma decisão. Espero que as coisas se definam sobre o papel dos Estados Unidos", declarou em uma entrevista à rádio francesa Europe 1, ao retorna de uma viagem ao Haiti.

"Se trata de ajudar o Haiti, não de ocupar o Haiti. Para que o Haiti possa retomar sua vida", disse.

Nesta segunda-feira, o Conselho de Segurança da ONU se reunirá em Nova York para examinar a situação no Haiti.

Haiti precisa de maior coordenação, diz UE
A alta representante para Política Externa e Segurança Comum da União Europeia (UE), Catherine Ashton, afirmou nesta segunda-feira (18) que, mais que "ajuda militar" da Europa, a população do Haiti precisa de uma maior coordenação para que o apoio possa chegar às vítimas do terremoto.

Em vez de "ajuda militar como tal", Ashton defendeu ajudar na tarefa do transporte de alimentos ou trabalhos de engenharia para reparar as comunicações.

Ao chegar ao conselho informal de responsáveis europeus de Desenvolvimento, convocado para coordenar a ajuda comunitária ao país caribenho, a política britânica afirmou que o Comitê Político e de Segurança do Conselho da UE analisará hoje, "de antemão, qualquer pedido que as Nações Unidas possam fazer".

"Trata-se claramente de um assunto de ordem pública, e pedimos às Nações Unidas que nos informem as contribuições que gostariam que considerássemos", disse, assegurando que a UE procederá essa tarefa de forma "colaboradora", sob o "guarda-chuva" comunitário, embora alguns Estados-membros poderiam empreender ações individualmente, disse.

Europa estuda envio de nova ajuda
A União Europeia (UE) aprovará hoje uma nova ajuda ao Haiti e estudará o pedido das Nações Unidas para enviar navios, helicópteros, policiais e engenheiros militares para poder distribuir melhor o auxílio à população, disse o ministro espanhol de Assuntos Exteriores, Miguel Ángel Moratinos.

"Tenho certeza de que todos os Estados-membros acompanharão esse esforço de solidariedade da União Europeia", afirmou Moratinos ao chegar a uma reunião extraordinária de ministros comunitários que avaliará novas formas de ajuda ao país caribenho.

"Ontem recebemos o pedido (de envio de mais ajuda e material), e vamos discuti-lo, portanto temos que esperar a resposta dos parceiros europeus", indicou.

A União Europeia também aprovará hoje "uma nova contribuição" para a ajuda internacional ao Haiti, disse Moratinos, que destacou o "compromisso" tanto financeiro quanto de garantir que "a ajuda chegue melhor, para que possamos dar essa esperança ao povo haitiano".

O ministro espanhol, cujo país exerce atualmente a Presidência do bloco europeu, ressaltou que a UE enviou uma "mensagem muito forte" de solidariedade desde que Haiti sofreu o terremoto na semana passada.

Explicou que foram iniciados "todos os mecanismos de coordenação", mas sobretudo a solidariedade "que mostra o valor da União Europeia e de seus cidadãos".

Bill Clinton viaja para o Haiti
O ex-presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton, viaja hoje para o Haiti para impulsionar a entrega de ajuda humanitária e se reunir com o presidente haitiano, René Préval, enquanto os EUA preparam a chegada ainda hoje de 7.500 militares, que se somarão aos 5.800 já destacados no país.

A visita de Clinton, enviado especial da ONU para o Haiti, acontece dois dias depois que sua mulher, a secretária de Estado Hillary Clinton, também visitou o país, devastado por um terremoto, para transmitir ao povo haitiano a solidariedade e o compromisso de Washington.

O casal expressou em várias ocasiões sua proximidade com o povo do Haiti, onde passaram sua lua-de-mel há 35 anos e onde estiveram em várias outras ocasiões.

Bill Clinton já visitou em março passado o Haiti junto ao secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, liderando uma delegação que então buscava impulsionar a assistência ao país mais pobre da América para se recuperar da passagem dos devastadores furacões de 2008.

Em sua visita de hoje, Bill Clinton deve se reunir com o presidente haitiano e outros representantes do Governo, assim como com pessoas que trabalham nos trabalhos de resgate distribuição de ajuda humanitária.

No sábado passado, o presidente americano Barack Obama anunciou a criação do fundo Bush-Clinton para o Haiti, destinado a obter recursos para o país caribenho e comandado pelos ex-presidentes Bill Clinton e George W. Bush.

Há cerca de 30 helicópteros americanos socorrendo os desabrigados, enquanto no litoral está ancorada a embarcação "Carl Vinson" com 51 leitos hospitalares, três salas de operações cirúrgicas, e capacidade de produzir centenas de milhares de litros de água potável por dia.

Segundo o Departamento de Estado americano, na próxima quarta-feira está prevista a chegada da embarcação Comfort, com 600 médicos a bordo.

O aeroporto de Porto Príncipe opera em plena capacidade durante as 24 horas do dia, o que permitiu receber ontem cerca de 100 voos com provisões e ajuda humanitária, 40 a mais que no sábado. Até o momento, desembarcaram na capital haitiana aproximadamente 600 toneladas de suprimentos.

Morte de brasileiros
O terremoto de 7 graus na escala Richter aconteceu às 19h53 de Brasília da terça-feira e teve epicentro a 15 quilômetros da capital haitiana, Porto Príncipe. O governo do país caribenho confirmou que pelo menos 70 mil corpos já foram enterrados.

O Exército brasileiro confirmou que pelo menos 16 militares do país que participam da Minustah, a missão da ONU no Haiti, morreram em consequência do terremoto.

A médica Zilda Arns, fundadora e coordenadora da Pastoral da Criança, ligada à Igreja Católica, e Luiz Carlos da Costa, o segundo civil mais importante na hierarquia da ONU no Haiti, também morreram no tremor.

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